Chuva na noite, Quando me morre mãe Abrigo de manto molhado Tempo de mostrar as faces Para depois do enterro Chora o mês de dezembro Em gotas, chuva para ela A tormenta, o suspiro, o sopro de vida Na janela, na terra principalmente Precipitações que não me esgotam Ecoa e escoa a vida pela calha Onde está meu telhado? A chuva volta para algum lugar Quando se crê Ou para lugar algum Quando se é silêncio... Chovemos pelo mundo assim Não é dor, apenas um grito O choro órfão da origem Desde sempre, a mesma chuva A criar o mundo com cada morte Em cada cova rasa ou caiada Que somos