Raras precisões


 Preciso (de) um café
alvo como a noite
negro como a manhã

Sou assim
de contrastes, de contradições
do que é permitido, lícito, manifesto
do que é proibido, vedado, velado

Permeio entre conceitos
construídos, vividos
como nós que atam a vida
A cultura do café, meu povo

Negra como a força
Rubra como sangue
que não deixa passar em branco
a colorida manhã de um arco-íris

Que chova,
que faça sol
para brotar um colorido dia!

Preciso de um café amargo para navegar
Na doce indecisão desse ainda impreciso dia
que opõe o barco ao mar
o gozo à vida
a morte à vida

Viver não é preciso

mas um café  é tudo de que agora preciso 

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