Postagens

Mostrando postagens de 2016

Olhos de silêncio

Os olhos Não mais que os olhos  Ocultos ou não  Com brilho ou distantes Olhares perdidos por ti Perdidos em algum horizonte A navegar ou a deriva Olhos de um silêncio profundo como esconder os olhos  da pessoa que os busca? me dizem que ela os preenche

EFEMERIDADE

I still can breathe her soft perfume today It´s all around my face It´s still on my lips After we kissed each other goodbye The smell pleased me so much Her perfume got tied to my hands My hands she held for so long I can remember she smiling back at me Posso respirar o carinho do perfume dela No meu rosto Nas minhas mãos Nos meus lábios Ele veio comigo assim Em sorrisos trocados na despedida Vou lembrar-me, então De desejá-la em um sonho qualquer Vou lembrar-me, então De amá-la em um longo beijo Meus sonhos não dizem adeus Eles comigo ficam pela efemeridade Que enche meus pulmões Expiro na água as lembranças Navego, navego meu ego Naufrago, naufrago no perfume Que respiro dela nas mãos que a descrevem Nas minhas mãos que nadam em sua direção Na minha boca que beija seu corpo Agora, em um final de cena apagado Vencido na reta, o folego entrego Respiro a efemeridade nas marcas deixadas

AMARRAS DA CONCORDÂNCIA

Vã, desatinos vãos Palavras, ocupada palavra Mentem, invadidas mentes Nas amarras da concordância Oh, culpados! Ocupando... oh, poder! Comiseração vazia e más medidas Curta, ocupação culta Sem redenção de culpados Vãs palavras mentem

Folha caída

Palavras pisadas  O beijo de uma folha caída  Ao chão  Traz à lembrança os versos O vento que a flor levou O sussurro que não apaga Teus lábios de minha alma Em um dia distante do outro Falha de outono Fala de um beijo esquecido Deitado ao chão  que o verso carrega Para onde? Lugar algum eu sei...

Lá na frente

Porque lá na frente Tudo que precisamos aconteceu Tudo que olvidamos, está em algum Céu Mesmo a dúvida A mesma que sempre fica da certeza que temos De que o dia fenece e de que, com ele, morremos A incerteza, sempre ela, sempre à frente O travesseiro que nos acolhe e se faz de sonhos Tudo desfaz... cela para os que ficam O chão não é mais chão, é tapete que se tira   Um dia, sonhei que me deixavas, Deixavas apenas esse dia sem marcas Sem marcas, um límpido limbo A fé é a solidão de muitos e de poucos Nada é para sempre, dizias La na frente, onde há Sol Que se põem, que se levanta, que respira Não importa a crença, não importa o engodo Não importa o sonho ou o delírio Não importa a benção, a maldição não importa Porque lá na frente, tudo vale pouco e vale nada Na fé de poucos, o soluço, a solidão, há solução? De muitos e de poucos, pouco a pouco Verso a verso, ser a ser...   lá na frente

Lembranças

Nuas, de lembranças perdidas Mulheres transpiram Vidas suadas, surradas... Nuas, destinos nus Sinos orgasmos batem Na igreja, corpo em cruz Corpos cravados, serpente nua Sortilégio de nudez, ruas Percorro teu corpo Abraços nos braços nus Amores, nuas camas Erguem delas eretos afetos Nuas duas luas, descobertas ilhas Apontam em minhas mãos deleite Mulheres, nuas artimanhas Lembranças elas Por mais longe que nuas Nós de fantasias puras Atadas amantes, roupas esparsas Ao lado da nua cama Sorrateiramente nua Sol a sós, a nós descobertos O amor se despe Ela toda nua Veste-se de versos

QUE DIZER?

Ventos sopram vagas Ondas de encontro Me perco... Contra o peito, Se agigantam memórias Livres? Impostas! Ao arbítrio dos deuses Desconhecidos Amores clandestinos Sobrepõe vidas e mares Cidades levadas pela corrente Rompida A ressaca foi-se marinha Com estilhaços de sonhos Escreve em mim Uma busca impossível O céu ficou aberto Uma porta que você fechou Sem nada me dizer Maravilhado Estancado me deixou Esse mar Nessas grandes águas Rio do esquecimento Onde vou buscar quem? Ela eu pouco conheci Do desejo apenas o leme Guia abismado Ele me deixa cair Abismo abaixo como flecha Quando fincar Essa viagem sólida Que dizer? Lama, alma, mescla...

CONVERSAS

Só Vejo comigo Você em versos Sem rimas A sós soltos No tempo Vendo fotos Da minha, da sua Retina Desce a cortina Memórias guardada Saudades esparsas Mudas Exilada Ex-citadas Ensimesmado No peito sofredor Outrora ternamente Entes amantes De beijos e lençóis Só a vejo Nua Comigo Em rimas Em versos Presos a sós Sem tempo Sem fotos Apenas opostos Se unem Separam Espalham Afoitos pela caçada Pegadas Conversa com versos Ver a sós Você me deixa... Versos Versas