LAMENTOS

Olhos perdidos sempre os tive
Eles me levam, em leves braçadas
Ao semblante de uma mulher distante
Sem diminutivo evidente,
Caminho por um nome
Lá, poente sem nascente
Onde acaso é mais que ocaso
Decifro a senha de faces rosadas
Que rompe o bloqueio dos anos
Joga-me aos pés
Enfastiados dias, acumuladas noites
Sonhos ancoram um precipício
Solto meu corpo
Não sei se ele flutua ou se ele afunda
Mas respiro a cada braçada
O semblante do caminho perdido

No fundo
Há alma
Escondida
Dela
De mim
Mesmo
A esmo
Perdido no retrovisor do caminho
Trilhas, águas
Milhas, braçadas
Abraços presos, soltos caminhos
Sonhos perto de precipícios
O mais longo dos caminhos
Lá e cá, o entremeio
O silêncio onde queira talvez chegar
Em um abraço de mar, na areia
Meus versos as ondas calam
Ninhos são ancoras da nau
Olhos ausentes sempre os tive
Eles me levam versos de areia
Para o seu horizonte distante
Somo o silêncio dos dias, das manhãs
Das noites, das melodias
Dos mares, das montanhas
Das vidas em fins de tardes, dos passos não dados
Todos caminhos
Todos que lá... mentes

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog